O Sertanense não foi feliz na sua deslocação ao Estádio do Dragão para defrontar o F.C. Porto. Perante mais de 30 mil espectadores no campo e de mais uns milhares que seguiram a partida pela televisão, os comandados de Joaquim Mendes saíram derrotados por 4-0, um resultado já habitual no confronto entre as duas equipas. Também habitual foram os dois golos apontados por Farías, que já havia bisado nos dois encontros anteriores.
A tarefa não se adivinhava fácil para o Sertanense que pela frente tinha a equipa campeã nacional. A este facto é preciso juntar a estreia da equipa nos grandes palcos do futebol nacional e nos directos televisivos (um momento para mais tarde recordar).
O público aderiu em massa e da Sertã (e não só!) vieram mais de um milhar de adeptos para apoiar o Sertanense. Durante os 90 minutos, e apesar das coisas não estarem a correr de feição, muitas foram as vozes que puxaram pelos nossos jogadores.
O jogo ficou quase sentenciado logo nos instantes iniciais. Aos seis minutos, Hulk na cobrança de um livre, descaído para a direita, deixou ‘pregado’ ao chão o guarda-redes Paulo Salgado.
Uma falha da defesa do Sertanense, quatro minutos depois, permitiu a Farías apoderar-se da bola e rematar na direcção à baliza. O defesa esquerdo Renato, em gesto de desespero, desviou a bola da baliza com a mão – grande penalidade e expulsão do jogador sertaginense. Farías apontou o ‘castigo máximo’ e não falhou.
O endiabrado Hulk voltou a estar em destaque quando, aos 15 minutos, depois de uma arrancada fulgurante pela direita, cruzou para Rodríguez atirar ao lado.
O caso do jogo chegou à passagem do minuto 19, quando o avançado do Sertanense Platini (que para a generalidade da imprensa desportiva foi o melhor em campo da formação da Sertã, juntamente com Paulo Salgado) é derrubado na grande área por Fernando, com o árbitro bem colocado a fazer ‘vista grossa’ ao lance. A partida entrou numa toada mais morna, com o Sertanense a tentar as primeiras aventuras pelo meio-campo adversário, mas sem grandes resultados. O FC Porto continuava a socorrer-se da velocidade dos seus alas para mexer com o jogo.
Os portistas voltaram a ameaçar a baliza dos ‘homens do Pinhal’ aos 35 minutos, altura em que Valeri de livre colocou à prova os reflexos de Paulo Salgado.
O terceiro golo chegaria cinco minutos mais tarde: Rodríguez arranca pela esquerda, dribla Hugo Ventosa, e vai à linha cruzar para Farías, que se antecipa ao guarda-redes sertaginense, fazendo o 3-0.
O intervalo chegou entretanto. Na segunda parte, o FC Porto levantou um pouco o pé do acelerador e a formação da Sertã foi tentando ensaiar algumas jogadas de ataque.
Apesar de ter baixado o ritmo, os ‘azuis-e-brancos’ continuavam de olhos colocados na baliza, protagonizando mais alguns lances de relativo perigo aos 46 (Mariano isola Yero e Paulo Salgado sai aos seus pés evitando males maiores), 49 (remate de pé esquerdo de Sérgio Oliveira ao lado), 52 (livre de Hulk a sair ao lado), 53 (Valeri remata de primeira e Paulo Salgado responde com uma boa defesa) e 64 minutos (Dias, sem marcação na área, remata para mais uma defesa excelente de Paulo Salgado).
O médio do Sertanense Bruno Grou teve nos pés, aos 72 minutos, a melhor oportunidade de golo da equipa: um remate de fora da área, com a bola a não sair muito longe do poste direito de Beto.
O cartão vermelho a Idris dois minutos depois (numa decisão bastante rigorosa do árbitro João Capela) por falta sobre Hulk, à entrada da área, foi a estocada final na turma sertaginense.
Até ao final do desafio, mais um golo para o Porto, por intermédio do incontornável Hulk que, depois de uma assistência de Sérgio Oliveira, remata para o fundo das redes, beneficiando ainda de um desvio de Dias.
No final da partida, o treinador do Sertanense, Joaquim Mendes, era um homem desolado. Em declarações à SportTv, sublinhou: “A expulsão mudou tudo. Quando uma equipa se encontra em desvantagem numa fase inicial do jogo, num lance de bola parada, e é penalizada pouco depois com uma grande penalidade e uma expulsão torna tudo muito mais complicado. Foi necessário alterar toda a estratégia e tudo o que foi trabalhado foi desfeito. Penso que houve, independentemente da valia dos clubes, uma ou eventualmente duas grandes penalidades que deviam ter sido assinaladas a favor do Sertanense. Se tivessem sido marcadas teria sido diferente, mas assim complicou-se ainda mais. Depois disso acho que a equipa merece uma palavra de conforto pela forma como os jogadores que portaram em campo. Queríamos o golo de honra, mas não somos loucos e sabemos as dimensões dos clubes. Havia alguns elementos que podiam dar nas vistas, mas não foi possível depois da expulsão”.
Já Rui César afirmou: “Dou os parabéns ao meus colegas, porque a perder 2-0 nos primeiros minutos e com menos um jogador, é sempre difícil manter o equilíbrio. Mas aconteceu, vamos pensar no próximo jogo, porque o nosso campeonato é outro, isto foi mais uma festa em que tentámos dar o nosso máximo”.
Foi sem dúvida uma grande jornada para o Sertanense (jogadores, directores, massa associativa e adeptos) que, apesar da derrota, escreveu mais uma página gloriosa da sua história de 75 anos. Saibamos louvar e valorizar isso!
Ficha de jogo
FC Porto 4-0 Sertanense
Estádio do Dragão, Porto
Assistência: 30.012 espectadores
Árbitro: João Capela (Lisboa), auxiliado por Tiago Rocha e Inácio Pereira
FC Porto: Beto, Fernando, Maicon, Nuno André Coelho, Prediger, Sérgio Oliveira, Mariano (Alex, 70), Valeri, Rodriguez (Dias, 61), Hulk e Farias (Yero, 46). Suplentes não utilizados – Nuno, Adboulaye, David e Claro).
Treinador: Jesulado Ferreira
Sertanense FC: Paulo Salgado, Hugo Ventosa, Leo Bahia, Flávio Dias, Renato, Filipe Avelar, Leandro, Platini, Rui César (Adérito, 70), João Frazão (Idris, 46) e João Boiças (Bruno Grou, 61). Suplentes não utilizados – Moretto, Bruno Silva, Moisés e Casquinha.
Treinador: Joaquim Mendes
Acção disciplinar: Cartão amarelo a Leo Bahia (56'), Yero (76') e Filipe Avelar (77'). Cartão vermelho a Renato (10') e Idris (74').
Golos: Hulk (6’ e 10’) e Farías (10’ e 40’)
Estatísticas do jogo
Posse de bola: 67 por cento para o FC Porto e 33 por cento para o Sertanense
Pontapés de canto: 5 para o FCP e 1 para o Sertanense
Remates: 26 para o FCP e 2 para o Sertanense
Faltas cometidas: 9 para o FCP e 15 para o Sertanense
Foras-de-jogo: 0 para o FCP e 2 para o Sertanense
A tarefa não se adivinhava fácil para o Sertanense que pela frente tinha a equipa campeã nacional. A este facto é preciso juntar a estreia da equipa nos grandes palcos do futebol nacional e nos directos televisivos (um momento para mais tarde recordar).
O público aderiu em massa e da Sertã (e não só!) vieram mais de um milhar de adeptos para apoiar o Sertanense. Durante os 90 minutos, e apesar das coisas não estarem a correr de feição, muitas foram as vozes que puxaram pelos nossos jogadores.
O jogo ficou quase sentenciado logo nos instantes iniciais. Aos seis minutos, Hulk na cobrança de um livre, descaído para a direita, deixou ‘pregado’ ao chão o guarda-redes Paulo Salgado.
Uma falha da defesa do Sertanense, quatro minutos depois, permitiu a Farías apoderar-se da bola e rematar na direcção à baliza. O defesa esquerdo Renato, em gesto de desespero, desviou a bola da baliza com a mão – grande penalidade e expulsão do jogador sertaginense. Farías apontou o ‘castigo máximo’ e não falhou.
O endiabrado Hulk voltou a estar em destaque quando, aos 15 minutos, depois de uma arrancada fulgurante pela direita, cruzou para Rodríguez atirar ao lado.
O caso do jogo chegou à passagem do minuto 19, quando o avançado do Sertanense Platini (que para a generalidade da imprensa desportiva foi o melhor em campo da formação da Sertã, juntamente com Paulo Salgado) é derrubado na grande área por Fernando, com o árbitro bem colocado a fazer ‘vista grossa’ ao lance. A partida entrou numa toada mais morna, com o Sertanense a tentar as primeiras aventuras pelo meio-campo adversário, mas sem grandes resultados. O FC Porto continuava a socorrer-se da velocidade dos seus alas para mexer com o jogo.
Os portistas voltaram a ameaçar a baliza dos ‘homens do Pinhal’ aos 35 minutos, altura em que Valeri de livre colocou à prova os reflexos de Paulo Salgado.
O terceiro golo chegaria cinco minutos mais tarde: Rodríguez arranca pela esquerda, dribla Hugo Ventosa, e vai à linha cruzar para Farías, que se antecipa ao guarda-redes sertaginense, fazendo o 3-0.
O intervalo chegou entretanto. Na segunda parte, o FC Porto levantou um pouco o pé do acelerador e a formação da Sertã foi tentando ensaiar algumas jogadas de ataque.
Apesar de ter baixado o ritmo, os ‘azuis-e-brancos’ continuavam de olhos colocados na baliza, protagonizando mais alguns lances de relativo perigo aos 46 (Mariano isola Yero e Paulo Salgado sai aos seus pés evitando males maiores), 49 (remate de pé esquerdo de Sérgio Oliveira ao lado), 52 (livre de Hulk a sair ao lado), 53 (Valeri remata de primeira e Paulo Salgado responde com uma boa defesa) e 64 minutos (Dias, sem marcação na área, remata para mais uma defesa excelente de Paulo Salgado).
O médio do Sertanense Bruno Grou teve nos pés, aos 72 minutos, a melhor oportunidade de golo da equipa: um remate de fora da área, com a bola a não sair muito longe do poste direito de Beto.
O cartão vermelho a Idris dois minutos depois (numa decisão bastante rigorosa do árbitro João Capela) por falta sobre Hulk, à entrada da área, foi a estocada final na turma sertaginense.
Até ao final do desafio, mais um golo para o Porto, por intermédio do incontornável Hulk que, depois de uma assistência de Sérgio Oliveira, remata para o fundo das redes, beneficiando ainda de um desvio de Dias.
No final da partida, o treinador do Sertanense, Joaquim Mendes, era um homem desolado. Em declarações à SportTv, sublinhou: “A expulsão mudou tudo. Quando uma equipa se encontra em desvantagem numa fase inicial do jogo, num lance de bola parada, e é penalizada pouco depois com uma grande penalidade e uma expulsão torna tudo muito mais complicado. Foi necessário alterar toda a estratégia e tudo o que foi trabalhado foi desfeito. Penso que houve, independentemente da valia dos clubes, uma ou eventualmente duas grandes penalidades que deviam ter sido assinaladas a favor do Sertanense. Se tivessem sido marcadas teria sido diferente, mas assim complicou-se ainda mais. Depois disso acho que a equipa merece uma palavra de conforto pela forma como os jogadores que portaram em campo. Queríamos o golo de honra, mas não somos loucos e sabemos as dimensões dos clubes. Havia alguns elementos que podiam dar nas vistas, mas não foi possível depois da expulsão”.
Já Rui César afirmou: “Dou os parabéns ao meus colegas, porque a perder 2-0 nos primeiros minutos e com menos um jogador, é sempre difícil manter o equilíbrio. Mas aconteceu, vamos pensar no próximo jogo, porque o nosso campeonato é outro, isto foi mais uma festa em que tentámos dar o nosso máximo”.
Foi sem dúvida uma grande jornada para o Sertanense (jogadores, directores, massa associativa e adeptos) que, apesar da derrota, escreveu mais uma página gloriosa da sua história de 75 anos. Saibamos louvar e valorizar isso!
Ficha de jogo
FC Porto 4-0 Sertanense
Estádio do Dragão, Porto
Assistência: 30.012 espectadores
Árbitro: João Capela (Lisboa), auxiliado por Tiago Rocha e Inácio Pereira
FC Porto: Beto, Fernando, Maicon, Nuno André Coelho, Prediger, Sérgio Oliveira, Mariano (Alex, 70), Valeri, Rodriguez (Dias, 61), Hulk e Farias (Yero, 46). Suplentes não utilizados – Nuno, Adboulaye, David e Claro).
Treinador: Jesulado Ferreira
Sertanense FC: Paulo Salgado, Hugo Ventosa, Leo Bahia, Flávio Dias, Renato, Filipe Avelar, Leandro, Platini, Rui César (Adérito, 70), João Frazão (Idris, 46) e João Boiças (Bruno Grou, 61). Suplentes não utilizados – Moretto, Bruno Silva, Moisés e Casquinha.
Treinador: Joaquim Mendes
Acção disciplinar: Cartão amarelo a Leo Bahia (56'), Yero (76') e Filipe Avelar (77'). Cartão vermelho a Renato (10') e Idris (74').
Golos: Hulk (6’ e 10’) e Farías (10’ e 40’)
Estatísticas do jogo
Posse de bola: 67 por cento para o FC Porto e 33 por cento para o Sertanense
Pontapés de canto: 5 para o FCP e 1 para o Sertanense
Remates: 26 para o FCP e 2 para o Sertanense
Faltas cometidas: 9 para o FCP e 15 para o Sertanense
Foras-de-jogo: 0 para o FCP e 2 para o Sertanense
Fotos: Paulo Novais (Agência Lusa)
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