segunda-feira, 30 de maio de 2011

Equipas do passado: Sertanense em 1981/82

Depois da aventura de Ângelo Bastos como treinador do Sertanense, o presidente Silvino Antunes decidiu ir buscar o seu sucessor a Castanheira de Pêra. O técnico forasteiro não chegou a aquecer o lugar, sendo dispensado ao fim do primeiro jogo, depois da contundente derrota no terreno do Barco (5-0) e por muitos defenderem que não era a pessoa mais indicada para o lugar.
Matiota foi o escolhido para o substituir. Este era o regresso de um dos homens responsáveis pela reintrodução do futebol no seio do Sertanense, no início da década de 1970.
A sua entrada foi um verdadeiro tónico para os jogadores que, após apreenderem a sua filosofia de jogo, iniciaram uma recuperação notável, com alguns resultados bem expressivos.

Se o campeonato não começou bem – duas vitórias ao fim de nove jogos e o 10.º lugar da classificação –, tudo mudou de figura à passagem da 10.ª jornada, quando o Sertanense recebeu e venceu (6-1) a formação da Atalaia. No jogo seguinte, nova vitória (2-1), frente à Desportiva do Fundão.
Depois de uma derrota amarga no Teixoso, com muitas críticas à arbitragem, a formação sertaginense goleou nas duas jornadas que se seguiram o Unhais da Serra (5-1) e o Barco (4-1), este último liderava a classificação na altura e sagrou-se mesmo campeão no final da prova.
O empate a zero na Idanha e a vitória (3-2) sobre o Desportivo de Castelo Branco catapultaram a equipa para o sexto lugar do campeonato, a sete pontos dos primeiros.
O bom futebol praticado era destacado por todos os sócios e adeptos do clube e até os jornais da região se curvavam perante a qualidade apresentada. “Muito bem orientada no terreno, bem distribuídos os seus homens, a equipa de Matiota tem marcado uma excelente presença, dentro de uma correcção perfeitamente aceitável, com alguns bons elementos, com entusiasmo pelo jogo e pela baliza contrária, características que não são muito vulgares em jogos dos distritais. O que se poderá chamar uma equipa bem arrumada e até afinada no modo de jogar”, escrevia o jornal «Reconquista», a propósito da formação do Sertanense.
A equipa ganhara o respeito dos seus adversários e os jogadores sabiam ler muito bem o jogo e detectar as fragilidades dos adversários. A experiência de alguns jogadores misturada com a juventude de outros garantia um grande equilíbrio ao conjunto.
Fruto de três vitórias consecutivas (Paul, Escalos e Minas da Panasqueira), o Sertanense chegou à terceira posição da prova, na 22.ª jornada. A grande distância para o primeiro classificado (10 pontos) não permitia que se sonhasse com mais altos voos, mas chegar aqui já havia sido uma grande conquista.

Todavia, a equipa não conseguiu manter-se no pódio até ao final, mercê de alguns resultados menos conseguidos nas últimas quatro jornadas e que a atiraram para o sexto lugar final, em igualdade pontual com o quinto classificado (Teixosense) e a apenas três pontos do segundo (Vitória de Sernache).
Nestas últimas jornadas, o destaque vai para o último jogo, disputado no campo do Unhais da Serra, e que foi um “verdadeiro espectáculo de bola”, conforme revelou um dos sócios presentes na partida. Três golos para cada lado e uma exibição de encher o olho foram os condimentos desta partida que fechou o campeonato.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

José Bizarro abandona Sertanense

José Bizarro já não é técnico do Sertanense, avança hoje a Rádio Condestável. A saída do treinador, que levou esta época a equipa sertaginense à quinta posição do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão (Zona Centro), foi já confirmada por Paulo Farinha, presidente da colectividade.
Para a próxima semana, está previsto o anúncio do novo técnico do Sertanense.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Grupo Coral do Sertanense dá concerto na Alemanha

O Grupo Coral do Sertanense Futebol Clube desloca-se, entre os próximos dias 12 e 15 de Maio, à Alemanha, para realizar um concerto em conjunto com o Grupo Coral alemão Ein Licht Für Afrika, que visitou a Sertã, em Maio de 2009.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Jogadores do passado: Salgueiro

O jornal Record chamou-lhe um dia “capitão dos sete ofícios” (devido às inúmeras actividades em que estava envolvido) e o treinador Eduardo Húngaro disse que ele era “o Vítor Baía do Sertanense”. Luís Salgueiro foi isto e muito mais, numa história de vida que se confunde com a do clube que representa há mais de duas décadas, primeiro como jogador e agora como treinador adjunto de José Bizarro.
Luís Miguel Salgueiro Mendes nasceu a 17 de Setembro de 1969 e desde pequeno a sua paixão pelo desporto começou a ganhar força. Tal como a maioria dos miúdos da terra, o futebol seduziu-o e aos 10 anos já jogava no Sertanense, em partidas de carácter oficioso.
Nos anos seguintes, jogou pelos juvenis e juniores, participando nos respectivos campeonatos distritais. Por exemplo, na época de 1986/87 capitaneou a formação de juniores que se classificou em terceiro lugar no distrital, a quatro pontos do campeão, a AD Estação. Esta equipa contava também com outros ‘ilustres desconhecidos’ como Vítor Tomás, Luís Gouveia e Girão.
A estreia de Salgueiro nos seniores aconteceu na temporada de 1987/88, altura em que o Sertanense conquistou o título distrital, garantindo a subida à 3.ª Divisão Nacional na época seguinte.
Começava aqui a construir-se a ‘lenda’, que viria a ganhar forma nos anos subsequentes, muito por ‘culpa’ da temível dupla de defesa centrais que Salgueiro protagonizava com Tomás e que fazia tremer os avançados contrários. Basta perguntar a muitos dos que defrontaram esta dupla para saberem do que falamos. O treinador Kikas explorou, como ninguém, as vantagens de juntar estes dois jogadores, aquando das suas duas passagens pelo Sertanense.
As funções de Salgueiro não se esgotavam, contudo, no centro da defesa, isto porque anos houve em que a táctica o obrigava a subir mais no terreno ou a descair para uma das alas. Não era homem de marcar muitos golos, aliás, até 1994 contabilizámos apenas cinco golos na sua conta pessoal, dois dos quais apontados na temporada de 1992/93. Todavia, neste período (entre 1988 e 1994) alinhou em mais de 160 partidas oficiais pelo Sertanense.
Na época de 1994/95, rumou ao Sporting de Pombal, não porque se tivesse cansado do Sertanense, mas porque os estudos em Coimbra a isso o obrigaram. “A proximidade entre as duas cidades e o facto do Pombal alinhar nos nacionais de futebol foi decisiva na minha escolha”, explicou numa entrevista ao Jornal de Notícias, em Outubro de 2008.
Mas na temporada seguinte, Salgueiro estava de regresso ao Sertanense, actuando em 32 jogos e marcando um golo. Mais 60 desafios nas pernas, nas duas temporadas seguintes, e eis que chega um dos momentos altos da sua carreira: o desafio diante do Benfica, na inauguração do relvado do Campo de Jogos Dr. Marques dos Santos.
O calendário marcava 1 de Abril de 1998 e a Sertã vestira traje de gala para receber o Benfica, que apresentou nesse dia o seu melhor onze, com Nuno Gomes, João Pinto e Poborsky a titulares e com um ‘desconhecido’ Deco a entrar no segundo tempo.
Salgueiro recordou as incidências desse jogo numa entrevista ao diário desportivo A Bola e confidenciou mesmo que ainda guardava em casa uma foto alusiva ao desafio, ganho pelos ‘encarnados’ por 8-1.
Em 1998/99, Salgueiro regressou aos golos e somou mais 31 jogos para a sua conta pessoal – foi, a par de Tiago, o mais utilizado desta temporada negra que ditou a descida do Sertanense aos distritais.
Numa prova de amor e dedicação ao clube, não abandonou o barco e alinhou pela formação sertaginense no Distrital de Castelo Branco, competição conquistada com relativa facilidade e que permitiu o regresso à 3.ª Divisão, em 2000/01, época em que alinhou em 32 desafios.
Salgueiro foi ainda mais feliz no ano seguinte, ao ajudar o ‘seu’ Sertanense a subir à 2.ª Divisão, um feito inédito na vida do clube e que ainda hoje perdura como uma das suas grandes conquistas.
Na sua época de estreia na 2.ª Divisão ‘B’, Salgueiro, apesar de não ter conseguido ajudar o clube a manter-se neste escalão, marcou presença em 35 jogos (realizou 2794 minutos) e viu cinco cartões amarelos.
Regressado à 3.ª Divisão, voltou também aos golos (apontou um) e entrou em campo por 28 vezes.
Entre 2004 e 2007, esteve sempre com o emblema sertaginense na 3.ª Divisão, tendo jogado 86 partidas e apontado um golo.
Nas temporadas de 2007/08 e 2008/09 somou mais 42 jogos, tendo em 2008/09, ajudado o Sertanense a conquistar nova subida à 2.ª Divisão.
Estas duas épocas – as últimas da sua carreira – ficaram também marcadas pelo período de grande exposição pública que o Sertanense teve devido aos jogos com o FC Porto, a contar para a Taça de Portugal. Se na primeira partida não alinhou, devido a lesão (a direcção decidiu homenageá-lo antes do início do desafio), no segundo lá estava ele a capitanear a equipa e a jogar 61 minutos (foi substituído por Diego Campos) diante dos ‘azuis-e-brancos’.
O ‘guerreiro’ abandonou os relvados no fim da temporada de 2008/09, mas não abandonou o clube. Assumiu as funções de treinador-adjunto e por lá continua.

Sertanense fecha campeonato com vitória

O Sertanense venceu sem grandes dificuldades o Eléctrico de Ponte de Sor, na última jornada do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão (Zona Centro). A formação sertaginense terminou a prova na quinta posição, obtendo a sua melhor classificação de sempre em competições futebolísticas nacionais.
O jogo do último sábado não teve grande história. As duas equipas tinham o seu destino traçado na prova, havendo apenas como ponto de interesse a possível subida do Sertanense à quarta posição, o que aliás não veio a suceder devido à vitória do Gondomar no terreno do União da Serra.
O primeiro golo do desafio surgiu logo nos primeiros minutos, com Idris a colocar a bola no fundo das redes defendidas por Nuno Passarinho.
O conjunto da Sertã poderia ter ampliado o marcador nos minutos seguintes, mas foi já perto do final que Marco Farinha fixou o resultado em 2-0.
Nos próximos dias, contamos fazer, aqui no blogue, o rescaldo da presença do Sertanense neste campeonato.

Ficha de jogo

Campo de Jogos Dr. Marques dos Santos
Árbitro: Fábio Veríssimo
Sertanense: Paulo Salgado (Luís Pedro, 84’), Hugo Ventosa, Pedro Miguel, Adilson, André Santos, Leandro (David Ferreira, 78’), Idris, Leo Oliveira, Brito, Valdinho e Marco Farinha (Fábio Ferreira, 75’)
Eléctrico Ponte Sor: Nuno Passarinho (André Pereira, 84’), Miguel Fernandes, Miguel Ferreira (João Pedro, 83’), Leandro, Santana Maia, Rui Gomes, David Nunes, Alhandra, Rui Costa, César Sousa (Mário Leitão, 69’) e Telmo
Golos: Idris (9’) e Marco Farinha (75’)