terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Equipas do passado: Sertanense em 1979/80


Os resultados desta época não deixaram saudades na massa associativa e nos adeptos do Sertanense. A irregularidade da equipa foi a tónica dominante ao longo das 26 jornadas que compunham a prova e a descida à 2.ª Divisão Distrital chegou mesmo a ser uma possibilidade nos últimos jogos do campeonato.
Depois da saída de Edmundo Silva do comando técnico da equipa, a Direcção liderada pelo Pe. Miguel Farinha optou por ir buscar o seu substituto a Tomar. Tratava-se de Mahmoud, um conhecido jogador do União daquela cidade.
“Ia e vinha quase todos os dias de Tomar para nos treinar”, recorda Jorge Marques, antigo jogador, que acrescenta: “Era um homem de trato fácil e que se entendia bem connosco”.
Mahmoud, que assumiu as funções de treinador-jogador, trouxe consigo Duí, que também já jogara no União de Tomar. Contudo, o plantel sofrera poucas alterações relativamente à última época.
Vítor Serrano, Jorge Marques, José Marques, Rui Vaz, Farinha, Jorge Coelho, Tó Marques, Ezequiel ou Vítor Cavalheiro continuavam no clube e ajudavam a fortalecer a mística que a equipa já granjeava junto de sócios e adeptos. O facto de quase todos eles serem naturais da Sertã ou dos arredores contribuía também para uma maior identificação com os jogadores.
Além do mais, todos esperavam que a equipa pudesse fazer melhor do que na época passada, quando falhou a subida à 3.ª Divisão, na última jornada, apesar de ter terminado em igualdade pontual com o primeiro classificado.

O início do campeonato foi o sinal de que esta época não seria tão positiva quanto a última. Duas derrotas (Atalaia e Covilhã-e-Benfica) e um empate (Cebolense) foi o melhor que o Sertanense conseguiu nas três primeiras jornadas. Mas a equipa rectificou nos quatro jogos seguintes, vencendo as duas partidas que fez fora de casa (Belmonte e Vales do Rio) e empatando as duas que realizou no seu reduto (Unhais da Serra e Tortosendo-e-Benfica).
À passagem da sétima jornada, o conjunto da Sertã ocupava a oitava posição da classificação, com menos cinco pontos que o líder da prova, o Barco.
Até ao final da primeira volta, as vitórias e derrotas equivaleram-se (três para cada lado), com o registo das vitórias terem sido alcançadas em casa e as derrotas fora do Campo da Abegoaria. Entre as vitórias alcançadas, há uma que se destaca, frente ao Barco, em virtude de a equipa do concelho do Fundão ocupar o topo da classificação e pelo resultado expressivo (3-1) alcançado. Depois deste encontro, a equipa sertaginense achava-se no sexto lugar.
Mas na segunda volta tudo foi diferente. Ao longo de 13 jornadas, o Sertanense só conseguiu vencer uma vez (goleada ao Belmonte por 5-0), tendo sido derrotado em oito partidas. Os restantes quatro jogos deram igual número de empates.
Jorge Marques lembra que a segunda volta foi “mais complicada. Tivemos algumas lesões e a sorte não quis nada connosco em alguns jogos”.
Os resultados menos bons da segunda volta fizeram mesmo perigar a permanência na 1.ª Divisão, uma vez que a diferença para o primeiro clube abaixo da chamada ‘linha-de-água’ era de apenas um ponto no final do campeonato.

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