segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

7.ª jornada do Campeonato de Portugal: Sertanense 0-0 Alcains

 

O nulo no final dos noventa minutos foi o resultado do desafio entre o Sertanense e o Alcains, numa partida a contar para a sétima jornada do Campeonato de Portugal (Série E). Com este resultado, os comandados de Natan Costa ocupam o terceiro lugar da classificação, em igualdade pontual com mais duas equipas (Oleiros e Marinhense).
Socorremo-nos da crónica de jogo publicada pelo jornal on-line Mediotejo.net: “O jogo começou com os sertaginenses a procurarem a linha de fundo, preferencialmente pelo lado direito, para daí cruzarem para as referências na área. As bolas paradas faziam parte dos planos de ambos os conjuntos que trabalham bem esses lances.

A atitude guerreira dos visitantes, tentando ter maior posse de bola para a fazer circular, era uma das formas de tentarem penetrar na bem escalonada defesa da equipa da casa.

O primeiro lance de perigo, para a equipa da casa, surgiu ao minuto três com um cruzamento do lado esquerdo que permitiu a Bruno Torres um remate na passada. Gonçalo estava atento na baliza e defendeu.

A resposta do Alcains veio na forma de livre direto, batido por Coulibaly aos sete minutos, para lá da linha de fundo mas perto da baliza de Leo Turossi. À passagem dos dez minutos, um cruzamento do lado direito do ataque do Sertanense criou a total confusão na área dos visitantes, com ressaltos entre cabeças, acabando por ser Cyrille o último a cabecear para defesa de Gonçalo.

No contra golpe, Leo apanhou mal a bola e rematou muito longe da baliza da equipa da casa. Após um período de intensa luta a meio campo, com algumas entradas duras que o árbitro resolveu não sancionar com cartões, as equipas iam-se equivalendo, fazendo alguns acertos táticos.

Aos 25 minutos, um lance de grande dureza deixou prostrados no solo um atleta de cada equipa. O árbitro decidiu-se por um livre a favor do Alcains que Fábio Brito cobrou para defesa atenta de Turossi.

O Sertanense procurava as linhas para daí cruzar com muito perigo. Aos 28 minutos um cruzamento da direita permitiu boa cabeçada de Victor Hugo. A defensiva forasteira aliviou pela linha lateral.

No minuto seguinte pediu-se grande penalidade por mão na área dos visitantes. O árbitro Luís Máximo, bem colocado, decidiu-se pela marcação dum pontapé do quarto de circulo para o Sertanense. Na conversão Luís Martins provocou falta atacante, inviabilizando a jogada.

Aos 32 minutos Cyrille ganhou novamente a linha de fundo e cruzou rasteiro e tenso. A defesa contrária aliviou para sítio “proibido” onde surgiu Miguel Pinéu a rematar forte para boa defesa de Gonçalo.

Em jeito de resposta, do outro lado do campo, João Vitor acorreu a um canto de cabeça, “penteou” para Coulibaly rematar por cima, à boca da baliza. Pouco depois Léo invadiu a área sertaginense e armou o remate. Na sua viagem a bola acertou no rosto de Sunday, gorando-se uma bela ocasião de golo.

Aos 37 minutos, sem que a toada de parada e resposta desse sinal de abrandar, o Sertanense dispôs dum livre direto do seu lado direito. Respondeu Doukouré com uma cabeçada para defesa de Gonçalo.

Minutos depois, Cyrille encetou um “raid” de belo efeito, driblando quem lhe surgiu pela frente. Quando preparava o remate foi desarmado “in-extremis”.

Aos 41 minutos, já com o descanso no horizonte, um canto favorável ao Sertanense criou uma enorme confusão na área dos “amarelos”. O último remate pertenceu a Ibouka, parado pelas luvas de Gonçalo.

Em cima do tempo regulamentar a equipa da casa beneficiou dum pontapé de canto.
Com os visitantes a revelarem dificuldade em afastar o esférico surgiu de novo Ibouka de cabeça, a rematar para fora.

Luís Máximo apitou para o intervalo ficando a pairar no ar a ideia que o nulo penalizava a ineficácia ofensiva de ambos os conjuntos, com o Sertanense a desperdiçar um número maior de oportunidades e o adversário à espreita para tentar ser feliz. Boas perspectivas para o segundo tempo.

Com as equipas, principalmente a de Natan Costa, a produzirem muitas oportunidades, os técnicos ao intervalo deverão ter falado de eficácia aos seus atletas.

Logo no segundo minuto Jorge Teixeira podia ter elevado a satisfação dos sertaginenses ao enviar o esférico à trave. Na emenda, a cabeçada de Matheus foi defendida facilmente por Gonçalo.

A entrada a todo o gás valeu ao capitão Bruno Torres um cartão amarelo numa falta a meio campo igual a tantas outras. O juiz da partida a querer segurar o jogo…

Aos 52 minutos Cyrille foi pela “enésima” vez à linha de fundo cruzar para a defensiva contrária resolver.

Logo a seguir Pinéu cruzou da ala direita e Victor Hugo saltou com o guarda redes Gonçalo sendo atingido na cabeça e ficando a necessitar de ajuda. Rapidamente se recompôs.

Aos 58 minutos o pânico instalou-se no Campo Dr. Marques dos Santos. O lateral do Alcains, João Vitor, em disputa acesa pela bola com Cyrille caiu fora do relvado e embateu com a nuca na vedação.

Foram momentos muito difíceis, o jogador ficou momentaneamente inconsciente e a sangrar, mas assim que recuperou a consciência estava orientado, apesar de muito combalido e ferido.

Foi estabilizado pelos Bombeiros e feito o levante padrão de traumatismos crâneo cervicais para maca própria, sendo conduzido ao hospital. Esperando que não existam traumatismos graves endereçamos daqui um abraço solidário a João Vitor, desejando o rápido regresso aos relvados.

Serenados os ânimos e com Bruno Rafael no lugar do infortunado número dois dos “amarelos”, o jogo recomeçou com o seu colega Fábio Brito a rematar à meia volta para defesa de Leo Turossi.

Melo, acabado de entrar na equipa de Alcains, tentou surpreender Leo mas o remate saiu fraco e fácil para o guarda redes.

Era o melhor período da equipa de Ricardo António e uma bola a “pingar” entre o guarda redes da equipa da casa e Sunday que se desentenderam foi determinante para o nulo final.

Nasro apoderou-se da bola e apenas com Turossi pela frente, mal posicionado e fora da baliza, atirou ao lado, rente à base do poste. Jogava-se o 73º minuto.

Respiraram de alívio os da casa e sacudiram a pressão passando a ter de novo o comando do jogo, empurrando a equipa de Alcains para perto da sua área.

Aos 81 minutos um livre batido por Bruno Torres para o eixo da defesa originou um canto.
Um remate em arco de César levou muito perigo à baliza de Gonçalo quando já faltava pouco para o final. O árbitro mandou subir a placa assinalando os cinco minutos de compensação que havia para jogar.

Foram minutos bem disputados. Num último fôlego, a equipa da casa tudo fez para inverter a expressão do marcador mas não conseguiu o golo que tanto procurou. Ibouka, Katty e Doukouré desperdiçaram ocasiões para marcar nos minutos até ao apito final.

Resultado que se ajusta à incapacidade demonstrada pelas equipas para fazerem golo. E a sorte foi madrasta para ambas…
Arbitragem que tecnicamente esteve bem, contemporizou na amostragem dos cartões.
Os jogadores não complicaram senão ia ser difícil de gerir a disciplina”.

 

Ficha de jogo

 

Campo de Jogos Dr. Marques dos Santos

Árbitro: Luís Máximo (Castelo Branco)

Sertanense: Leandro Turossi, Miguel Pinéu, Luís Martins, Bruno Torres, Cyrille Kpan (César Rafael, 76’), Doukouré, Matheus Barbosa (Bruno Lopes, 66’), Sunday Akoh, Victor Cardoso (Buby Katty, 76’), Kevin Ibouka e Jorge Teixeira.
Treinador: Natan Costa.

Alcains: Gonçalo Nunes, João Vítor (Bruno Rafael, 64’), João Lourenço, Momo Coulibaly, Rúben Nogueira, Kaba, Léo Pinto (Mário Gassamá, 87’), Dani Matos, Fábio Sousa, Nasro e Fábio Brito (Leonardo Melo, 69’).
Treinador: Ricardo António.

[Foto por cortesia de Mediotejo.net]

Sem comentários:

Enviar um comentário