O
Sertanense esteve à beira do paraíso, quase desceu ao inferno e terminou são e
salvo após uma época futebolística onde os extremos se tocaram. O principal
objetivo (manutenção) foi alcançado e a formação da Sertã estará novamente no
Campeonato de Portugal, na temporada de 2017/18.
A
impressionante série de cinco vitórias consecutivas nas primeiras cinco
jornadas do campeonato parecia antecipar uma época em grande para o emblema
sertaginense. Quinze pontos ao cabo de cinco jogos era um pecúlio
impressionante para uma equipa que nem surgia no lote dos favoritos. O empate
(0-0) à sexta jornada, diante do Benfica de Castelo Branco, foi considerado como
um resultado normal mas a primeira derrota chegou logo depois, no derby local
frente ao Vitória de Sernache.
Líder
até à sexta jornada, o Sertanense caiu para a segunda posição, recuperando o
comando da prova à oitava jornada, depois de uma brilhante vitória no terreno
do Operário.
No
final da primeira volta, a derrota diante do Fátima atirou os sertaginenses
para o segundo posto da tabela classificativa.
Apesar
de uma certa irregularidade no começo da segunda volta, com duas vitórias, dois
empates e uma derrota, o triunfo no reduto do Benfica de Castelo Branco
alicerçou o Sertanense no segundo lugar e em zona de se apurar para a fase de
subida à Segunda Liga. Essa condição foi reforçada pela vitória diante do
Vitória de Sernache, à passagem da 16.ª jornada.
O
jogo da 17.ª jornada em casa com o Operário era decisivo – uma vitória garantia
praticamente o acesso à fase de subida mas até o empate poderia chegar, dada a
vantagem no confronto direto sobre o então terceiro classificado, Sporting
Ideal.
Depois
de um jogo muito disputado e equilibrado, o conjunto da Zona do Pinhal soçobrou
nos instantes finais da partida e foi derrotado por 1-3 (os golos do Operário
foram marcados nos últimos dez minutos do desafio).
Ainda
assim, o Sertanense conseguiu manter a segunda posição mas a tarefa para conservar
esse lugar era complicada – na última jornada, a deslocação ao terreno do líder
Fátima não era fácil e o ponto de diferença para os terceiros era margem muito
curta.
O
pior cenário confirmou-se: derrota em Fátima e vitória dos perseguidores. Os
sertaginenses acabaram em quarto, com o Operário a garantir a última vaga de
acesso à fase de subida.
Era
agora preciso lutar pela vida na fase de manutenção do Campeonato de Portugal.
E cedo se percebeu que a desilusão por não terem logrado o acesso à fase de
subida teria efeitos sobre os jogadores. Um início de prova titubeante, com
dois empates e uma derrota fez soar os alarmes, amenizados por duas vitórias
fora de portas (Angrense e Alcobaça) e por dois empates caseiros.
A
segunda volta da fase de permanência foi uma verdadeira descida aos infernos.
Ao cabo de quatro jogos, dois empates e duas derrotas e o espectro cada vez
mais presente de o clube poder ter que disputar o sempre perigoso play-off de
descida.
A
derrota em casa com o Angrense foi a gota de água. Num fim de jogo quente, com
adeptos, treinador e jogadores a envolverem-se em trocas de palavras bastante
azedas, o destino parecia ter ficado traçado: Gonçalo Monteiro, que orientara a
equipa desde o início da época, acabou substituído por Filipe Moreira.
A serenidade
parece ter regressado à equipa, que somou duas vitórias nos dois jogos
seguintes, garantindo assim a permanência antes da última jornada. Sem pressão
de qualquer género, o Sertanense terminou a prova com uma derrota nos Açores,
no reduto do Sporting Ideal.
A
título de curiosidade, deixamos aqui o registo de jogos/golos dos jogadores que
alinharam pelo Sertanense na presente época. Refira-se que o capitão Kelvin,
bem como os defesas Danilson e Tito Júnior alinharam em todos os 32 desafios
desta temporada. Por seu lado, Grinood foi o melhor marcador com oito golos
apontados.
Plantel:
Miguel Assunção (11 jogos), Ravi Paschoa (21 jogos) Paulo Salgado (0 jogos),
Allex Nunes (0 jogos), Michel (1 jogo), Pedro Machado (19 jogos e 1 golo),
Kelvin (32 jogos e 3 golos), Grinood (28 jogos e 8 golos), Mauro (29 jogos e 6
golos), André Romão (30 jogos e 7 golos), Angola (30 jogos e 6 golos), Danilson
(32 jogos), Ruben Freire (30 jogos), Tito Júnior (32 jogos e 2 golos), Vítor
Martelo (23 jogos e 2 golos), Sérgio Uolu (21 jogos), Neymar Canhembe (29 jogo
e 1 golo), Ruizinho (13 jogos e 2 golos), Sandro (8 jogos), Ricardo Oliveira (1
jogo e 1 golo), Ká (27 jogos e 4 golos), Samir (5 jogos), Mohamed Kaba (7 jogos),
Telmo Marcos (1 jogo), João Silva (1 jogo), Max (0 jogos), André Ferreira (0
jogos), Rodrigo Silva (0 jogos) e Eduardo Mendonça (0 jogos).
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