O Sertanense foi eliminado ontem da Taça de Portugal pelo Rio Ave, mas deixou uma excelente imagem no desafio diante dos vila-condenses. Depois de uma primeira parte sofrível, em que sofreu quatro golos, o Sertanense realizou um segundo tempo de grande qualidade e pode mesmo queixar-se da sorte por não ter conseguido empatar o desafio, naquilo que se afiguraria como uma das maiores reviravoltas da história do clube.
Para
se ter uma ideia daquilo que se passou durante os 90 minutos, deixamos a
crónica publicada pelo jornal online MaisFutebol:
“Domingo de festa da Taça em Vila do Conde e equipa da casa queria
presentear os adeptos com uma goleada sobre o modesto Sertanense. Nuno Espírito
Santo estava determinado a mostrar que não é verdade que a sua equipa joga
melhor fora do que em casa (crítica que existe já desde a época passada), mas
as águas, que pareciam calmas, agitaram-se. Valeu aos vila-condenses a ampla vantagem conquistada na primeira parte.
O Sertanense, que trouxe até Vila do Conde cerca de 300 adeptos, prometia não baixar os braços nem entrar derrotado em campo. Até deu alguns sinais de que poderia criar perigo nos primeiros minutos, mas o Rio Ave depois colocou o pé no acelerador e não parou mais até ao intervalo.
Qual rolo compressor, o ataque vila-condense ia chegando à baliza de Paulo Salgado com relativa
facilidade. Tarantini marcou o primeiro logo aos 11 minutos, após um passe de
Del Valle da esquerda. Aos 28 minutos, tentou o segundo de cabeça, mas a trave
devolveu a bola. Braga apareceu a tempo de conseguir fazer a bola entrar mesmo.
Depois chegou a vez de Hassan rematar à entrada da área para o 3-0. E ainda
antes do intervalo, o egípcio a fazer uma tabela com Del Valle, e este último, de pé esquerdo,
a fazer o 4-0.O Sertanense, que trouxe até Vila do Conde cerca de 300 adeptos, prometia não baixar os braços nem entrar derrotado em campo. Até deu alguns sinais de que poderia criar perigo nos primeiros minutos, mas o Rio Ave depois colocou o pé no acelerador e não parou mais até ao intervalo.
Com a vantagem folgada, o Rio Ave parecia ter via aberta para os oitavos de final, mas o Sertanense ainda tinha uma palavra a dizer. Logo no início da segunda parte, Traquina, num excelente lance individual, a furar pela área vila-condense e a reduzir para 4-1. A seguir, o Sertanense enviou uma bola à trave, uma foi tirada por Vilas Boas já quase em cima da linha de golo, e outra por Tiago Pinto de cabeça, até que, na conversão de um livre direto, Renato fez o 4-2.
O Rio Ave via as coisas a complicarem-se, apesar dos dois golos de vantagem. Nas bancadas, os adeptos não poupavam críticas ao árbitro, mas também apontavam o dedo à equipa, que se ressentia dos dois golos sofridos.
Mas o Sertanense afrouxou a pressão e, com o relógio a seu favor, o Rio Ave foi recuperando a tranquilidade e voltou a dominar o jogo. Foi meia hora de sufoco que acabou por não impedir os vilacondenses de estarem nos oitavos de final da competição”.
Na
imprensa de hoje, destaque para as palavras do jornal Record relativamente à
prestação do Sertanense durante a segunda parte: “(…) é que a 2.ª parte não se
transformou numa mera missão de prestação de serviços, pois o Sertanense
mostrou aí toda a sua raça e chegou até a provocar sensação em Vila do Conde.
A
equipa de João Sousa começou por diminuir a diferença num grande golo de
Traquina, culminando uma excelente jogada individual, a desviar a bola da saída
de Ederson.
O
guarda-redes brasileiro do Rio Ave acusou esse toque e não conseguiu depois
travar uma bomba de Renato que foi para o meio da baliza. Tudo isto em apenas
dez minutos e com o mérito da equipa da Sertã, que conseguiu pôr o Rio Ave em
sentido, obrigando Nuno Espírito Santo a corrigir posições e, acima de tudo, a
solicitar nova ‘entrada’ no jogo dos seus jogadores.
Muito
bom para o encontro que ganhou nova emoção; mas aos poucos os vila-condenses foram
voltando ao controlo das operações, sem que antes não tivessem apanhado mais
três grandes sustos. Aí valeu André Vilas Boas e Tiago, ambos a salvar em cima
da linha os remates de Kiki e Dino, na sequência de dois cantos. Aos 64’,
Renato ainda acertou com estrondo na barra, e a bela e corajosa reacção do
Sertanense ficou-se por aí”.
Aqui
ficam os nossos parabéns aos bravos jogadores do Sertanense, que mostraram
ontem que na Sertã também se joga bom futebol, tal como reconheceu o defesa do
Rio Ave, Tiago Pinto (filho de João Vieira Pinto) no final da partida: “Sertanense
(…) tem uma boa equipa, com jogadores de boa qualidade técnica”.
Ficha
de jogo
Estádio do Rio Ave F.C (Vila do Conde)
Árbitro:
Hugo Pacheco (Porto)
Rio
Ave: Ederson, Lionn, Marcelo, André Vilas Boas, Tiago Pinto, Wakaso (Luís
Gustavo, 45’), Tarantini, Diego Lopes (Roderick, 70’), Braga (Renato Santos, 79’),
Hassan, Del Valle
Sertanense:
Paulo Salgado, Bruno Cardoso, António, Dino, Hugo Simões (Thiago Crispin, 53’),
Kiki, Leandro (Ibrahima, 82’), Renato, Traquina (Lukinha, 84’), Rafael e Alex
Golos:
Tarantini (12’), Braga (30’), Hassan (35’), Del Valle (41’), Traquina (48’) e
Renato (58’)
Fotos: Agência Lusa
Bom jogo Sertanense, Pena aquela 1ª parte e o azar que tivemos. Pró ano há mais. O sonho ninguém nos tira - Jamor
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