O nulo no final dos noventa minutos foi o resultado do desafio entre o Sertanense e o Alcains, numa partida a contar para a sétima jornada do Campeonato de Portugal (Série E). Com este resultado, os comandados de Natan Costa ocupam o terceiro lugar da classificação, em igualdade pontual com mais duas equipas (Oleiros e Marinhense).
Socorremo-nos da crónica de jogo publicada pelo jornal on-line Mediotejo.net: “O jogo começou com os sertaginenses a procurarem a linha de fundo, preferencialmente pelo lado direito, para daí cruzarem para as referências na área. As bolas paradas faziam parte dos planos de ambos os conjuntos que trabalham bem esses lances.
A atitude guerreira dos visitantes, tentando ter maior
posse de bola para a fazer circular, era uma das formas de tentarem penetrar na
bem escalonada defesa da equipa da casa.
O primeiro lance de perigo, para a equipa da casa, surgiu
ao minuto três com um cruzamento do lado esquerdo que permitiu a Bruno Torres
um remate na passada. Gonçalo estava atento na baliza e defendeu.
A resposta do Alcains veio na forma de livre direto,
batido por Coulibaly aos sete minutos, para lá da linha de fundo mas perto da
baliza de Leo Turossi. À passagem dos dez minutos, um cruzamento do lado
direito do ataque do Sertanense criou a total confusão na área dos visitantes,
com ressaltos entre cabeças, acabando por ser Cyrille o último a cabecear para
defesa de Gonçalo.
No contra golpe, Leo apanhou mal a bola e rematou muito
longe da baliza da equipa da casa. Após um período de intensa luta a meio
campo, com algumas entradas duras que o árbitro resolveu não sancionar com
cartões, as equipas iam-se equivalendo, fazendo alguns acertos táticos.
Aos 25 minutos, um lance de grande dureza deixou
prostrados no solo um atleta de cada equipa. O árbitro decidiu-se por um livre
a favor do Alcains que Fábio Brito cobrou para defesa atenta de Turossi.
O Sertanense procurava as linhas para daí cruzar com
muito perigo. Aos 28 minutos um cruzamento da direita permitiu boa cabeçada de
Victor Hugo. A defensiva forasteira aliviou pela linha lateral.
No minuto seguinte pediu-se grande penalidade por mão na
área dos visitantes. O árbitro Luís Máximo, bem colocado, decidiu-se pela
marcação dum pontapé do quarto de circulo para o Sertanense. Na conversão Luís
Martins provocou falta atacante, inviabilizando a jogada.
Aos 32 minutos Cyrille ganhou novamente a linha de fundo
e cruzou rasteiro e tenso. A defesa contrária aliviou para sítio “proibido”
onde surgiu Miguel Pinéu a rematar forte para boa defesa de Gonçalo.
Em jeito de resposta, do outro lado do campo, João Vitor
acorreu a um canto de cabeça, “penteou” para Coulibaly rematar por cima, à boca
da baliza. Pouco depois Léo invadiu a área sertaginense e armou o remate. Na
sua viagem a bola acertou no rosto de Sunday, gorando-se uma bela ocasião de
golo.
Aos 37 minutos, sem que a toada de parada e resposta
desse sinal de abrandar, o Sertanense dispôs dum livre direto do seu lado
direito. Respondeu Doukouré com uma cabeçada para defesa de Gonçalo.
Minutos depois, Cyrille encetou um “raid” de belo efeito,
driblando quem lhe surgiu pela frente. Quando preparava o remate foi desarmado
“in-extremis”.
Aos 41 minutos, já com o descanso no horizonte, um canto
favorável ao Sertanense criou uma enorme confusão na área dos “amarelos”. O
último remate pertenceu a Ibouka, parado pelas luvas de Gonçalo.
Em cima do tempo regulamentar a equipa da casa beneficiou
dum pontapé de canto.
Com os visitantes a revelarem dificuldade em afastar o esférico surgiu de novo
Ibouka de cabeça, a rematar para fora.
Luís Máximo apitou para o intervalo ficando a pairar no
ar a ideia que o nulo penalizava a ineficácia ofensiva de ambos os conjuntos,
com o Sertanense a desperdiçar um número maior de oportunidades e o adversário
à espreita para tentar ser feliz. Boas perspectivas para o segundo tempo.
Com as equipas, principalmente a de Natan Costa, a
produzirem muitas oportunidades, os técnicos ao intervalo deverão ter falado de
eficácia aos seus atletas.
Logo no segundo minuto Jorge Teixeira podia ter elevado a
satisfação dos sertaginenses ao enviar o esférico à trave. Na emenda, a
cabeçada de Matheus foi defendida facilmente por Gonçalo.
A entrada a todo o gás valeu ao capitão Bruno Torres um
cartão amarelo numa falta a meio campo igual a tantas outras. O juiz da partida
a querer segurar o jogo…
Aos 52 minutos Cyrille foi pela “enésima” vez à linha de
fundo cruzar para a defensiva contrária resolver.
Logo a seguir Pinéu cruzou da ala direita e Victor Hugo
saltou com o guarda redes Gonçalo sendo atingido na cabeça e ficando a
necessitar de ajuda. Rapidamente se recompôs.
Aos 58 minutos o pânico instalou-se no Campo Dr. Marques
dos Santos. O lateral do Alcains, João Vitor, em disputa acesa pela bola com
Cyrille caiu fora do relvado e embateu com a nuca na vedação.
Foram momentos muito difíceis, o jogador ficou
momentaneamente inconsciente e a sangrar, mas assim que recuperou a consciência
estava orientado, apesar de muito combalido e ferido.
Foi estabilizado pelos Bombeiros e feito o levante padrão
de traumatismos crâneo cervicais para maca própria, sendo conduzido ao
hospital. Esperando que não existam traumatismos graves endereçamos daqui um
abraço solidário a João Vitor, desejando o rápido regresso aos relvados.
Serenados os ânimos e com Bruno Rafael no lugar do
infortunado número dois dos “amarelos”, o jogo recomeçou com o seu colega Fábio
Brito a rematar à meia volta para defesa de Leo Turossi.
Melo, acabado de entrar na equipa de Alcains, tentou
surpreender Leo mas o remate saiu fraco e fácil para o guarda redes.
Era o melhor período da equipa de Ricardo António e uma
bola a “pingar” entre o guarda redes da equipa da casa e Sunday que se
desentenderam foi determinante para o nulo final.
Nasro apoderou-se da bola e apenas com Turossi pela
frente, mal posicionado e fora da baliza, atirou ao lado, rente à base do
poste. Jogava-se o 73º minuto.
Respiraram de alívio os da casa e sacudiram a pressão
passando a ter de novo o comando do jogo, empurrando a equipa de Alcains para
perto da sua área.
Aos 81 minutos um livre batido por Bruno Torres para o eixo
da defesa originou um canto.
Um remate em arco de César levou muito perigo à baliza de Gonçalo quando já
faltava pouco para o final. O árbitro mandou subir a placa assinalando os cinco
minutos de compensação que havia para jogar.
Foram minutos bem disputados. Num último fôlego, a equipa
da casa tudo fez para inverter a expressão do marcador mas não conseguiu o golo
que tanto procurou. Ibouka, Katty e Doukouré desperdiçaram ocasiões para marcar
nos minutos até ao apito final.
Resultado que se ajusta à incapacidade demonstrada pelas
equipas para fazerem golo. E a sorte foi madrasta para ambas…
Arbitragem que tecnicamente esteve bem, contemporizou na amostragem dos
cartões.
Os jogadores não complicaram senão ia ser difícil de gerir a disciplina”.
Ficha de jogo
Campo de Jogos Dr. Marques dos Santos
Árbitro: Luís Máximo (Castelo Branco)
Sertanense: Leandro Turossi, Miguel Pinéu, Luís Martins,
Bruno Torres, Cyrille Kpan (César Rafael, 76’), Doukouré, Matheus Barbosa
(Bruno Lopes, 66’), Sunday Akoh, Victor Cardoso (Buby Katty, 76’), Kevin Ibouka
e Jorge Teixeira.
Treinador: Natan Costa.
Alcains: Gonçalo Nunes, João Vítor (Bruno Rafael, 64’),
João Lourenço, Momo Coulibaly, Rúben Nogueira, Kaba, Léo Pinto (Mário Gassamá,
87’), Dani Matos, Fábio Sousa, Nasro e Fábio Brito (Leonardo Melo, 69’).
Treinador: Ricardo António.
[Foto por cortesia de Mediotejo.net]